Blogue de Gracia e de Anxo, blogue de pingas e de icebergs, do que nos preocupa ou nos chama a atención, de biblioteca e de aula.

07/07/08

Sempre hai un lugar para a poesía (XXXIII)

Nesta ocasión, un poema de Lêdo Ivo, poeta brasileiro, narrador e ensaista.

SONETO DA NEVE

Quando te amo, penso sempre na neve,
em uma neve branca como o esperma.
Penso sempre na neve quando te possuo,
na neve branca que cai entre as bétulas.
Em minha meninice sempre desejei
ver a neve cair, atravessar a branca
oscuridão da neve que, entre o dia e a noite,
devolve ao mundo negro um branco seminal.
Eu sempre desejei que o mundo fosse a alvura
da neve, da brancura virginal
do alvo lenVol imune a qualquer mácula.
E a neve cai em mim e cai na desolada
noite escura da alma, a neve do silêncio,
a inmaculada e frígida alvura do nada.



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